MILÃO ENTRA NA GUERRA DA HOTELARIA E LANÇA SETE ESTRELAS
Por Sophie Hardach
MILÃO (Reuters) - O primeiro hotel sete estrelas da Europa está pronto para abrir as portas em Milão, na Itália, e já provoca ciumeira na velha-guarda da hotelaria, que acusa as estrelas de ter pouca substância.
O Town House Galleria é o mais novo esforço para atrair viajantes milionários para quem cinco estrelas é pouco. O primeiro a inventar a categoria sete estrelas foi um hotel em Dubai, e as estrelas foram auto-atribuídas.
O hotel de Milão deve ser inaugurado em março, e o público foi convidado na sexta-feira a conhecer suas instalações na elegante e histórica galeria Vittorio Emanuele.
Assim como a maioria dos países, a Itália classifica seus hotéis em de uma a cinco estrelas. A nova classificação de sete estrelas será distribuída e controlada por uma empresa privada chamada SGS.
"Não existe uma definição mundial para sete estrelas", disse Markus Otto Graf, diretor do Brandenburger Hof, um hotel cinco estrelas de Berlim. "Eu poderia argumentar que toda vez que crio momentos especiais e marcantes, que superam as expectativas dos hóspedes, mereço mais uma estrelinha. Mas há uma tentativa de transformar isso numa técnica de marketing internacional, e não tenho certeza de que ela vá funcionar."
Com quartos a partir de 700 euros a diária e um exército de funcionários, incluindo motoristas e babás, o serviço oferecido pelo Town House Galleria é semelhante ao da maioria dos hotéis mais luxuosos.
Mas os hotéis estão tentando encontrar novas formas de os ricos se sentirem especiais e valorizados.
Um representante da SGS disse que a empresa recebeu requisições do mundo todo de hotéis querendo ser alçados à nova categoria.
A Versace está planejando abrir mais de 10 hotéis sete estrelas no mundo todo, por exemplo.
No cinco estrelas Principe Leopoldo, na cidade suíça de Lugano, porém, a equipe não se deixa convencer pela corrida por estrelas. "Na Suíça, cinco estrelas é o limite, portanto esse tipo de categoria não seria possível", disse o assistente de recepção Thomas Steiner à Reuters por telefone. "O problema é que não existe um ranking internacional -- um hotel sete estrelas na Itália pode ser um três estrelas na Suíça, e vice-versa."
Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,AA1388855-7084,00-MILAO+ENTRA+NA+GUERRA+DA+HOTELARIA+E+LANCA+SETE+ESTRELAS.html
A noticia que posto essa semana vem contribuir para discussão sobre classificação hoteleira que tanto temos abordado em sala de aula e visto em palestras e eventos. Hoje no Brasil discuti-se a eficácia deste tipo classificação e o seu detrioramento em função do aparecimento de mídias sócias como forma de divulgação e recomendação dos meios de hospedagem, existindo sites específicos para isto.
Em relação a noticia, para mim, ela deixa evidenciada duas questões importantes a serem tratadas aqui. A primeira é sobre a evidente expansão de um segmento, o de hotéis super luxuosos, que começou em Dubai e parece se espalhar agora pelo mundo. E a segunda, e mais interessante a se discutir aqui, é como uma classificação pode ser questionável se não existe um processo de certificação.
No caso especifico deste hotel 7 estrelas, a não normalização abre para que possamos questionar o titulo, já não existem parâmetros para que se possa estabelecer uma comparação . Isto fica evidenciado quando o assistente de recepção suíço diz que um hotel 7 estrelas italiano pode ser equivalente a um três estralas suíço
A questão que deixo aqui levantada então é: como lhe dar com esta crescente demanda de mercado buscando hotéis luxuosos, sem antes pensar em um sistema de certificação universal que deixe todos os hotéis passiveis de comparação?
Um hotel 7 estrelas?? Como menciona o texto, e ao contrário do que se vem verificando e dizendo que um hotel cheio de estrelas, sejam 5* 6* ou até 7* não é mais o fator determinante para a escolha de um meio de hospedagem, mas sim cada vez mais o boca-a-boca, o contato com amigos e familiares, opinião em chats e por aí vai.. vai abrir um hotel de 7 estrelas em Itália. Apesar de como li no texto, ser uma atribuição feita por parte do proprietário pode parecer que não tem muita importância o fato de ser 7*, no entanto não posso deixar de verificar que é uma boa estratégia de marketing, afinal muitas pessoas ainda escolhem meios de hospedagem através das estrelas e pelo menos quereram saber um pouco do que este hotel dispõe. A princípio seu proprietário já conseguiu o que queria, divulgação! A ver por esta notícia e outras tantas que correram o mundo sobre este tema de certeza vai haver quem queira ver o que este empreendimento dispõe e quem sabe experimentá-lo!! Apesar de não concordar muito, quanto a mim não deixa de ser uma estratégia de marketing viável, a divulgação(1º passo) está feito..
ResponderExcluirEu concordo Ernesto quando dizes que a classificação hoteleira é muito questionável nos dias de hoje, qualquer um pode colocar o número de estrelas acima do padrão, só porque considera seu empreendimento superior. Penso que sua questão de o porquê de uma classificação universal não é estudada e padronizada? Concordo que deveria ser feito, para que o consumidor muitas vezes não seja enganado.
ResponderExcluirNo entanto, como diz o Nuno, apesar de a classificação não ter credebilidade aparente, hoje sabemos que o mercado(pessoas) é diversificado culturalmente quanto à origem etnica, bem como nas opções de estilo de vida. Muitas pessoas organizam seu comportamento de compra de acordo com a sua maneira de ser e o efeito esperado nos outros.. Quem não gostaria de dizer "fiquei num hotel 7 estrelas", independentemente de ser credivel ou não a classificação, quem não está por dentro do mundo do Turismo, achará "7 estrelas que chic!"